Saldanha Sanches: O inimigo da corrupção que o povo ouvia
A frase de António Barreto faz a síntese do que foi o homem público: “José Luís Saldanha Sanches foi um homem atento às questões da decência e da moralidade nos assuntos de Estado, os seus comentários eram de um verdadeiro provedor informal. O povo ouvia-o e tinha confiança nele”.
Na verdade, esta foi a herança pública que Saldanha Sanches, falecido em 14 de Maio passado, deixa a uma sociedade que elegeu como o palco central da sua intervenção cívica, fora dos partidos. Mas antes de chegar a esta dimensão de ‘provedor informal', ou de senador da intervenção cívica, Saldanha Sanches protagoniza uma longa e incomum história de empenhamento social, político e cultural.
Nasceu em Lisboa, no ano de 1944, no seio de uma família de comerciantes. Estudou no Valsassina, um dos mais elitistas colégios de Lisboa, no Colégio Moderno e no Liceu Camões. Aqui, aos 15 anos, já andava metido na política. A conjugação da amizade de Ruben Carvalho, colega e amigo desde a 4ª classe no Valsassina, com a campanha presidencial de Humberto Delgado, em 1958, empurram-no para a militância no PCP. Antes dos 21 conhece a sua primeira prisão. "Éramos amigos aí desde a quarta classe e estivemos quase sempre na mesma turma. Primeiro no Valsassina, depois no Camões e só pelos 19 anos deixámos de nos ver todos os dias. Ele foi para a Faculdade de Direito e eu fui trabalhar para ‘O Século'", recorda Ruben de Carvalho, que também só soube da prisão do amigo já na cadeia. Para trás ficavam os dias de leituras clandestinas dos clássicos do marxismo, a partilha de ideias sobre a história, a política e a economia. O tempo era vivido com a velocidade da paixão política emergente e voracidade pelo saber.
Ruptura com o PCP
Saldanha Sanches, espírito de grande inquietude intelectual, acompanha a cisão no movimento comunista internacional entre soviéticos e chineses e acaba por romper com o PCP ainda na cadeia de Peniche. "Quando saiu de Peniche vinha com uma vontade enorme de comer os bifes da Portugália e devo ter sido a primeira pessoa a quem telefonou, depois de ter ido a casa", evoca Ruben de Carvalho. Os dois amigos foram até à Portugália recuperar tempo perdido em matéria de convivência política mas o "Zé Luís não vinha o mesmo", diz Ruben, recordando a ruptura de Saldanha Sanches com o PCP. Só voltaram a falar como velhos amigos três décadas depois. Pelo meio passara o trânsito de Saldanha Sanches para o MRPP, o 25 de Abril, o Verão Quente de 1975, a ruptura com o ‘MR' e um namoro rápido com a UDP, o regresso à vida académica, o novo protagonismo do já professor e reputado fiscalista na vida pública, não pelos partidos mas pela intervenção cívica nos jornais e nas televisões.
O 25 de Abril apanha-o preso em Caxias mas, ironia das ironias, acaba por ser, porventura, o primeiro preso político do regime democrático: em Junho de 1974, sendo um dos líderes destacados do MRPP, é preso quatro meses no forte militar de Elvas pelo Comando Operacional do Continente (COPCON), força liderada pelo estratega militar da revolução, Otelo Saraiva de Carvalho.
Regresso à universidade
Acabados os dias da revolução com o golpe de 25 de Novembro de 1975, que estabilizou o regime, Saldanha Sanches, então já a passar dos 30 anos, regressa em força a um sítio de onde o seu espírito nunca saiu: a Faculdade de Direito de Lisboa. Agora, já não para a intervenção política partidária mas para estudar a sério. Licencia-se em 1980, obtém o grau de mestre em 1986 e doutora-se em 1996. Pelo meio, Saldanha Sanches teve uma experiência como jornalista de economia na agência Anop.
Jaime Antunes, que entrou na mesma altura (1980) para a agência e, mais tarde, viria a levar Saldanha Sanches para o grupo de jornalismo económico que fundou, recorda que, logo aí, se manifestou o preconceito que, em parte, viria a marcar a vida universitária do fiscalista. Ficou entre os primeiros de um concurso de admissão para jornalistas mas não entrou logo porque a administração via nele "um perigoso esquerdista". Entrou depois e foi estagiário de Jaime Antunes, que viria a exercer o cargo de director de Informação da Anop. "Sempre teve uma generosidade enorme e uma grande intolerância contra o chico-espertismo. Na verdade, logo aí, já ele tinha uma enorme sensibilidade para desmontar e combater os mecanismos da corrupção e o desperdício dos governos".
Esses foram os "anos do refluxo", na expressão da mulher, Maria José Morgado, para classificar a vida do casal após o desencanto político. Nasce a filha Laura, acabam os cursos, Maria José vai para a magistratura e Saldanha Sanches mergulha no mundo da universidade, que sempre amou. "Se, como académico, se preocupou com a justa distribuição da carga tributária entre os contribuintes, na sua intervenção pública escolheu também olhar ao outro lado da questão - o modo como o dinheiro dos contribuintes era gasto pelo Estado", recorda o fiscalista João Taborda Gama, que trabalhou com Saldanha Sanches e o acompanhou até ao último instante. João Taborda Gama, professor na Universidade Católica, simboliza a empatia que Saldanha Sanches provocou em gerações mais novas - de alunos a docentes. Ou, até, em sectores mais conservadores da Faculdade de Direito de Lisboa, como Soares Martinez, o seu filho Pedro Soares Martinez e mesmo Fernando Araújo, entre outros.
Animosidade
Não foi nestes sectores que Saldanha Sanches recolheu a animosidade que viria a causar-lhe públicos agravos nas provas de doutoramento e para catedrático. Para muitos, a explicação está, mais do que em velhos ressentimentos políticos, na tentativa de domesticar alguém que nunca se rendeu ao comércio dos pareceres. Saldanha Sanches vivia como sempre quis: dava aulas, trabalhava em casa, nunca se meteu de ‘casa aberta' em matéria de pareceres. "Gostava muito de se relacionar com o mundo empresarial, onde tinha grandes amigos, mas nunca entrou nesse ambiente de negócio", afirma Maria José Morgado, evocando casos que deixavam alguns amigos à beira de um ataque de nervos. O homem que tem uma sólida obra doutrinária cobrava quase ninharias por acções de muitos milhões. "Esse tipo de coisas, nos dias que correm, estão longe de criar amigos...", recorda Jaime Antunes. Essa postura, aliás, foi muito destacada por oficiais do mesmo ofício como António Lobo Xavier e Ricardo Sá Fernandes, entre outros.
Ricardo Sá Fernandes, advogado especializado em direito fiscal e ex-secretário de Estado, considera que Saldanha Sanches tem uma obra académica que o coloca "entre os dois ou três fiscalistas mais importantes de sempre". Todavia, a academia, ou uma parte dela, "nunca gostou do seu estilo heterodoxo".
No doutoramento, em 1996, Saldanha Sanches teve em Soares Martinez um apoio essencial. O velho professor, que tanto tinha sido politicamente atacado pelo jovem ‘MR' Saldanha Sanches, nutria um grande respeito intelectual pelo agora colega e travou o espírito de vingança de alguns. Mais tarde, em 2007, nas provas para catedrático, com Soares Martinez já jubilado, esse apoio faltou e Saldanha Sanches foi chumbado. "Alguns nunca lhe perdoaram a ligação doutrinária que fez entre a evasão fiscal e fenómenos de branqueamento de capitais e corrupção", afirma Ricardo Sá Fernandes, que lembra a serenidade de Saldanha Sanches na reacção ao ultraje: "Fico bem como coronel, nem todos têm que chegar a general".
Na verdade, nunca lhe perdoaram esse combate à corrupção em frentes que não se podiam abrir, como a construção de verdades formais através de pareceres jurídicos, a manipulação da lei através de um legislador cada vez mais contaminado por interesses políticos de grupo ou escritórios de advogados transformados em verdadeiras fábricas de ‘organização legal' da corrupção.
"A questão é que o José Luís era uma pessoa invulgar e de grande serenidade. Desperta muito cedo para a política, conseguia reconhecer que tinha defendido ideias erradas, e até absurdas, nesses tempos da extrema-esquerda, e faz um percurso notável na academia, com uma obra única. Leva, aliás, a universidade para o mundo exterior, através da sua participação cívica. Ele foi, de facto, um dos intelectuais portugueses mais respeitados do pós-25 de Abril", afirma Ricardo Sá Fernandes. A serenidade de que fala Sá Fernandes é, aliás, uma palavra-chave na personalidade de Saldanha Sanches. Acompanhou-o até na hora da morte. Foi serenamente que reagiu à notícia de ter um carcinoma gástrico, organizou toda a sua vida, respondeu a todos os compromissos, como o último livro ‘Justiça Fiscal', e despediu-se da mulher e da filha dizendo: "Gostei de tudo o que fiz na vida. Fiz tudo o que quis. Fui feliz e amo-vos".
As suas cinzas vogam hoje ao sabor das marés atlânticas depois de terem sido lançadas às ondas da Ericeira. O seu exemplo ficou entre nós.
"Lei pede provas impossíveis na corrupção"
Maria José Morgado evoca o essencial da mensagem de Saldanha Sanches, que se confunde com a história do combate à corrupção e aos abusos de poder. Uma luta que, apesar dos estilos diferentes, também os uniu
A projecção do combate à corrupção e à fraude fiscal na sociedade como objecto de intervenção cívica é um legado essencial que José Luís Saldanha Sanches deixou. Sente que esse combate tem hoje o apoio da sociedade civil de que necessitava?
Maria José Morgado - O Zé Luís era um homem fascinado por uma relação moral com a colectividade que lhe dava força e ligação à vida e às pessoas. A coragem, a frontalidade, a determinação das suas denúncias sobre os escândalos da corrupção e a sua coerência de vida deixaram sementes - por muito que custe a certas pessoas.
É uma mensagem que efectivamente passou?
O seu último livro, ‘Justiça Fiscal', síntese do seu pensamento e editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, vendeu até agora mais de 23 000 exemplares, o que mostra que a mensagem passou junto de quem interessava: o cidadão anónimo e ansioso por justiça. Acontece que, este mesmo cidadão sabe, tem a certeza que o Zé Luís fez um percurso totalmente descomprometido e sem medo, num exemplo de integridade moral, de indiferença pelos bens materiais ou pelo nível da conta bancária. Dizer que foi um homem verdadeiramente livre não é mera retórica. Ele vivia como falava. Morreu com uma reforma de 1900 euros, um homem que deixou mais de 150 escritos fiscais e uma obra que pode ser avaliada no site que mantemos activo na internet. É uma luz que brilha e perdurará na nossa recordação. Um orgulho para a família. Um privilégio ter vivido com ele.
É um combate que vale a pena mesmo quando cresce o cepticismo social à volta dos resultados da Justiça?
Como sempre nos dizia o Zé Luís, "ou nos resignamos ou combatemos". Resignação não era com ele. Se considerarmos a corrupção de Estado e económica como o mais importante dos problemas políticos de hoje, se exigirmos condições eficazes de protecção dos denunciantes, se tivermos leis mais simples e tribunais mais capazes, a corrupção pode diminuir. Nada é impossível.
Mas a óbvia falta de resultados da Justiça não faz das pessoas que travam esse combate uma espécie de ‘D. Quixotes' modernos?
Não, pelo contrário. Não podemos parar a luta contra a corrupção. É uma guerra prolongada que tem avanços e recuos, mas que não admite desânimos. Foi o que aprendi com ele. Literalmente, até ao fim. Acabou o ‘Justiça Fiscal' na véspera de morrer, na cama 56 do Hospital de Santa Maria, completamente indiferente à doença destruidora e cruel. Um gesto que significa proibição de desistir. O seu último pensamento foi de preocupação genuína com estas questões de justiça e de ética.
A história do combate ao crime económico em Portugal não foi sempre feita mais na mediatização das questões do que propriamente dentro do sistema político?
O combate ao crime económico, nele incluindo a corrupção e o branqueamento de capitais, nunca foi uma verdadeira prioridade de política criminal. É a história quixotesca, essa sim, de denunciantes sem medo, de jornalistas ‘chiens de garde' e de polícias e magistrados dedicados, competentes e combativos. O segredo bancário protegeu prolongadamente a fraude fiscal, o mau uso dos dinheiros do Estado, a economia paralela, a corrupção, o branqueamento dos proventos do crime. Zé Luís denunciou-o ininterruptamente desde os anos 80. Na primeira fase, a sua intransigente defesa da importância do fim do sigilo bancário era mesmo considerada um escândalo por quem incluía, ridiculamente, as contas bancárias na intimidade da vida privada. Ele manteve a denúncia muitas vezes com grande ironia, por exemplo, nas crónicas semanais do ‘Expresso', onde caracterizava divertidamente a rede de subornos, o mistério das derrapagens das obras públicas, os escândalos fiscais. É a história do nosso empobrecimento, da falta de produtividade e de eficiência económica. A vida deu-lhe generosamente razão, quase vinte anos depois: primeiro com a quebra do sigilo fiscal nos casos de fraude e só agora, com a última reforma penal de 2010, para os casos penais! Na forma como sempre defendeu o fim do sigilo bancário, o Zé Luís mostrou como era um homem muito à frente do seu tempo - uma característica marcante da sua intervenção pública. A outra caracterização da situação estava ligada aquilo que ele designava por "carapaças jurídicas": leis suficientemente labirínticas, hipergarantísticas, rígidas, que serviam e servem de alimento à mecânica da corrupção. Explicou-o bem, vezes sem conta. Numa conferência em Setembro de 2009 arrancou gargalhadas ao público quando apresentou o "complicómetro", um modelo comicamente desenhado por ele para explicar a pouca seriedade das propostas fiscais dos partidos.
Pensa que é claro para os nossos decisores políticos em geral que a fraude fiscal e a corrupção andam sempre de braço dado e são o principal obstáculo ao crescimento económico?
Como dizia o José Luís, "um país é aquilo que forem a sua Administração Pública, a sua classe política e os seus tribunais". Que realidade se esconde sob a crise? Precisamente essa: a de um Estado capturado por interesses obscuros; um Estado incapaz de os combater, paralisado pelos maus interesses. A crise só veio acentuar esta fragilidade. Daí que ele tenha escolhido a ética fiscal e a justa repartição da carga fiscal como trincheiras de luta. Sem nunca esquecer o outro lado da questão: a denúncia dos desperdícios dos dinheiros do Estado, os perigos resultantes do aumento do peso do Estado e do alastramento de zonas do Estado, cada vez mais ocupadas por "bandos organizados" no assalto aos dinheiros do contribuinte. Falava muitas vezes, com a ironia que lhe era peculiar, de "assaltos à mão jurídica" para traduzir certas realidades de corrupção, nepotismo, tráfico de influências, supostos negócios no sector empresarial do Estado, cumplicidades entre políticos e supostos empresários, a descoberta jurídica das fabulosas reformas douradas, etc. A corrupção é protegida por leis confusas, por um Código do Processo Penal que exige provas impossíveis. A corrupção era para ele, também, uma forma de fazer negócios marcada pela incompetência e com prejuízo para o mercado e para as empresas honestas. Nesse aspecto, ele foi um aliado do bom capitalismo, da empresa cumpridora e eficiente. Uma ideia que lhe era muito cara, na defesa de um país capaz de produzir riqueza.
Há falta de meios técnicos e humanos mas, na verdade, sobrevive já uma escassa crença nas virtudes purificadoras da justiça penal. Não lhe parece que uma grande parte dos comportamentos criminalizados, de forma suave ou de impossível concretização, estão hoje legalizados em leis administrativas, comerciais e fiscais? A tal "carapaça jurídica"...
É a tal história: a corrupção mantém-se beneficiando de toda essa protecção legal, contraditoriamente. Importa dizer que ele se irritava com as demagogias neste campo. Ou seja, a desculpabilização recíproca entre legislador e juízes. Cada um deve assumir as suas responsabilidades efectivas. É sempre possível fazer mais qualquer coisa com o pouco que se tem.
Mas aceitar pacificamente a ideia de "derrapagem de custos" nas obras públicas ou de "derrapagem da despesa" na administração do Estado, como tem sido habitual num certo tipo de discurso mediático, não é abrir a porta à corrupção e, desde logo, à falta de equidade na relação entre cidadãos e Estado?
Claro que é. É a consagração da desigualdade, desde logo. Uma coisa é evidente: o Tribunal de Contas não pode continuar a chegar sempre só no fim, para contar os milhões gastos a mais, sem consequências para os decisores.
Mais do que nunca, aliás, parece que, na relação entre certo tipo de poderes e a administração do Estado, vivemos em pleno o velho Natal do sinaleiro travestido de prendas bastante diversas do velho presunto e vinho do Porto que os portugueses davam àquela figura de autoridade... Não acha?
Ah! "O Natal do Sinaleiro", o retrato divertido do Portugal das pequeninas corrupções transformado aos poucos no Portugal da corrupção "democratizada", dos pagamentos por fora, das comissões e das luvas, das empresas fartas de pagar subornos, da destruição de riqueza... da captura das funções sociais do Estado por interesses enganadores.
A mensagem combativa que procura deixar tem encontrado eco nas gerações mais novas do Ministério Público ou, também aí, encontra a indiferença que parece existir hoje em relação a tudo?
A combatividade não é uma ideia. É uma realidade. Foi a nossa realidade, enquanto a vida nos deixou estar juntos. Muitos jovens adquiriram também este vício que tem um preço e que vale a pena. Eles compreendem a mensagem, todos os dias. Não sente isso?
"Fazem falta homens livres para continuar esta luta"
Não acha que chegámos àquele patamar de regresso ao básico, à exigência de um funcionamento das instituições da Justiça e do Estado como forma de assegurar que os que não têm nenhum poder - o cidadão comum - tenham alguma garantia de ver os seus interesses defendidos?
É bonito dizê-lo. A corrupção tem sido um dos principais obstáculos ao nosso crescimento económico. O relatório McKinsey podia ter sido o grito do Ipiranga deste último sector. Fazem-nos falta homens livres como o José Luís para continuar esta luta. O que é uma razão para continuarmos.
Pensa que a defesa desse patamar mínimo de direitos passa por uma outra organização da Justiça?
A justiça penal mantém um papel a desempenhar. Tem que se adaptar rapidamente às novas realidades, modernizar-se, organizar-se. Tal como se apresenta, é manifesta a sua fraca capacidade dissuasora.
domingo, 26 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Solidariedade num país de tótós
Solidariedade prós TÓTÓS (que somos todos nós) numa edição PT!
Porque é que os madeirenses receberam 2 milhões de Euros da
solidariedade nacional, quando o que foi doado era de 2 milhões e 880
mil?
Querem saber para onde foi esta "pequena" parcela? É só fazer as contas ....
POIS É.... EM PORTUGAL ATÉ A SOLIDARIEDADE DOS PORTUGUESES SERVE PARA
FAZER NEGOCIATAS...
A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de
chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um
assalto à mão-armada.
Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 + IVA.
São 0,72 no total.
O que por má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao
beneficiário madeirense é de apenas 0,50.
Assim oferecemos 0,50 a quem carece, mas cobram-nos 0,72, mais 0,22
ou seja 30 %.
Quem fica com esta diferença?
1º - a PT com 0,10 (17 %) isto é a diferença dos 50 para os 60.
2º - o Estado 0,12 (20 %) referente ao IVA sobre 0,60.
Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro
pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixa
moral a que tudo isto chegou.
A RTP anunciou com imensa satisfação que o montante doado já atingiu
os 2.000.000 de euros.
Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44 % ou seja mais
880.000 euros divididos entre a PT (400.000 para a ajuda dos salários
dos administradores) e o Estado (480.000 para ajuda ao reequilíbrio
das contas públicas e aos trafulhas que por lá andam).
A PT cobra comissão de quase 20 % num acto de solidariedade!!!
O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade!!!
NÃO COLABORES NESTAS CAMPANHAS, CASO NÃO SEJAS ESCLARECIDO CABALMENTE
QUE OS "DONATIVOS" ESTÃO ISENTOS DE IMPOSTOS E DE TAXAS OU COMISSÕES,
BEM COMO NÃO CONTRIBUEM (SEM RETORNO SOLIDÁRIO) PARA O AUMENTO DOS
NEGÓCIOS DOS GANANCIOSOS GESTORES...
NÃO SEJAS TÓTÓ!!!
Porque é que os madeirenses receberam 2 milhões de Euros da
solidariedade nacional, quando o que foi doado era de 2 milhões e 880
mil?
Querem saber para onde foi esta "pequena" parcela? É só fazer as contas ....
POIS É.... EM PORTUGAL ATÉ A SOLIDARIEDADE DOS PORTUGUESES SERVE PARA
FAZER NEGOCIATAS...
A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de
chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um
assalto à mão-armada.
Pelas televisões a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 + IVA.
São 0,72 no total.
O que por má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao
beneficiário madeirense é de apenas 0,50.
Assim oferecemos 0,50 a quem carece, mas cobram-nos 0,72, mais 0,22
ou seja 30 %.
Quem fica com esta diferença?
1º - a PT com 0,10 (17 %) isto é a diferença dos 50 para os 60.
2º - o Estado 0,12 (20 %) referente ao IVA sobre 0,60.
Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro
pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixa
moral a que tudo isto chegou.
A RTP anunciou com imensa satisfação que o montante doado já atingiu
os 2.000.000 de euros.
Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44 % ou seja mais
880.000 euros divididos entre a PT (400.000 para a ajuda dos salários
dos administradores) e o Estado (480.000 para ajuda ao reequilíbrio
das contas públicas e aos trafulhas que por lá andam).
A PT cobra comissão de quase 20 % num acto de solidariedade!!!
O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade!!!
NÃO COLABORES NESTAS CAMPANHAS, CASO NÃO SEJAS ESCLARECIDO CABALMENTE
QUE OS "DONATIVOS" ESTÃO ISENTOS DE IMPOSTOS E DE TAXAS OU COMISSÕES,
BEM COMO NÃO CONTRIBUEM (SEM RETORNO SOLIDÁRIO) PARA O AUMENTO DOS
NEGÓCIOS DOS GANANCIOSOS GESTORES...
NÃO SEJAS TÓTÓ!!!
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
As eleições e os pobrezinhos
Aproxima-se mais um acto eleitoral, desta vez para a presidência da república, e eis que o tema recorrente dos pobrezinhos e desprotegidos, volta a não ser esquecidos nos discursos de campanha.
Infelizmente, as preocupações com esta camada da sociedade, e uma vez contados os votos, voltam a recolher na gaveta do esquecimento até ao próximo acto eleitoral.
Acto após acto, sejam eleições presidenciais ou para o parlamento, os candidatos esquecem as promessas feitas nos seus discursos, e nas próximas eleições não irá ser diferente dos anteriores, independente do ganhador.
Todos nós estamos lembrados das promessas feitas nos actos eleitorais: digo mesmo que se as promessas fossem cumpridas, já não haveria pobres ou desprotegidos neste país.
Mas, não obstante as promessas – que, pelos vistos, não há intenção de cumprir – os pobres e os sem-abrigo são cada vez mais, e os titulares de cargos políticos, que gostam de trazer a debate este assunto nos actos eleitorais, parecem não ter a preocupação nem apresentar projectos com vista à resolução desta chaga social que nos aflige.
Infelizmente, as preocupações com esta camada da sociedade, e uma vez contados os votos, voltam a recolher na gaveta do esquecimento até ao próximo acto eleitoral.
Acto após acto, sejam eleições presidenciais ou para o parlamento, os candidatos esquecem as promessas feitas nos seus discursos, e nas próximas eleições não irá ser diferente dos anteriores, independente do ganhador.
Todos nós estamos lembrados das promessas feitas nos actos eleitorais: digo mesmo que se as promessas fossem cumpridas, já não haveria pobres ou desprotegidos neste país.
Mas, não obstante as promessas – que, pelos vistos, não há intenção de cumprir – os pobres e os sem-abrigo são cada vez mais, e os titulares de cargos políticos, que gostam de trazer a debate este assunto nos actos eleitorais, parecem não ter a preocupação nem apresentar projectos com vista à resolução desta chaga social que nos aflige.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Debate para as presidenciais
No primeiro debate entre candidatos à presidência da República, houve um argumento de Fernando Nobre sobre a pobreza e a fome a que já assistiu, algures por esse mundo, onde tem marcado presença ao longo da sua vida profissional: reporto-me, claro está, à história da criança a correr atrás da galinha para lhe subtrair um pedaço de pão.
Esta história, embora seja um retrato do mundo em que vivemos, não só não funciona neste tipo de debates, como só pode ser contada por alguém que não tem experiência da vida política - e poderá ter contribuído para o seu fim.
Ao ouvir esta frase, veio-me à memória a velha frase de Hermínio Martinho, quando há décadas atrás, em directo, disse que provavelmente as suas vacas estariam com água pela barriga – estas declarações, provavelmente terão tido importância decisiva para a sua retirada da vida política.
A política à portuguesa tem estes ingredientes, antes as vacas e agora as galinhas.
Esta história, embora seja um retrato do mundo em que vivemos, não só não funciona neste tipo de debates, como só pode ser contada por alguém que não tem experiência da vida política - e poderá ter contribuído para o seu fim.
Ao ouvir esta frase, veio-me à memória a velha frase de Hermínio Martinho, quando há décadas atrás, em directo, disse que provavelmente as suas vacas estariam com água pela barriga – estas declarações, provavelmente terão tido importância decisiva para a sua retirada da vida política.
A política à portuguesa tem estes ingredientes, antes as vacas e agora as galinhas.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Cavaco Silva e as Greves Gerais
Ontem, dia da greve geral, algumas personalidades políticas referiram o facto de Cavaco Silva, presidente da república, não fazer qualquer referência a este facto: nem como presidente nem como candidato a novo mandato presidencial.
O mais curioso foi que um canal televisivo - RTP1 ou TVI? - exibiu ontem, dia 24/11, declarações de Cavaco Silva sobre a última greve geral organizada pelas 2 centrais sindicais em 1986, data em que era então primeiro-ministro, tendo este respondido ao jornalista que não havia greve nenhuma, pelo menos ele não dava por qualquer movimento nesse sentido. Sabendo que havia greve e tendo de certeza informação sobre números e pormenores, é estar a menosprezar os trabalhadores que se vêem obrigados a recorrer a esta forma de luta para ver conseguidos alguns passos nas suas reivindicações.
Será este o respeito que lhe merecem os trabalhadores portugueses?
Acho que todos temos de ter um pouco de respeito uns pelos outros e esta posição não encerra esse princípio.
O mais curioso foi que um canal televisivo - RTP1 ou TVI? - exibiu ontem, dia 24/11, declarações de Cavaco Silva sobre a última greve geral organizada pelas 2 centrais sindicais em 1986, data em que era então primeiro-ministro, tendo este respondido ao jornalista que não havia greve nenhuma, pelo menos ele não dava por qualquer movimento nesse sentido. Sabendo que havia greve e tendo de certeza informação sobre números e pormenores, é estar a menosprezar os trabalhadores que se vêem obrigados a recorrer a esta forma de luta para ver conseguidos alguns passos nas suas reivindicações.
Será este o respeito que lhe merecem os trabalhadores portugueses?
Acho que todos temos de ter um pouco de respeito uns pelos outros e esta posição não encerra esse princípio.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Timor Ajuda Portugal
A notícia veio a público este fim-de-semana e surpreendeu-nos a todos: Timor anunciou o seu interesse em comprar dívida portuguesa através do seu fundo petrolífero.
Quando todos nós pensávamos que Timor não tinha meios financeiros para resolver os seus problemas internos mais básicos e imediatos, como a habitação, as estradas, o ensino ou a criação de emprego, mas eis a grande surpresa.
Está presente na mente de todos nós a grande simpatia e admiração que o Povo de Timor e os seus dirigentes granjearam em todo o mundo, reconhecendo o seu sofrimento e apoiando a sua luta.
Pois bem, passados que foram os terríveis anos da guerra de ocupação e conseguida a libertação, nada seria mais justo do que, numa primeira oportunidade, dar uma melhor vida àquele Povo que foi tão martirizado.
Porém, a opção parece não ter sido a de construir casas ou estradas, mas antes investir na dívida portuguesa.
Reconhecimento pelo apoio de Portugal na fase tão difícil que foi a reconstrução inicial de Timor, quase sem infraestruturas, quase sem Estado?
Se foi por isso, faço um esforço para compreender. Se não foi, terei de fazer um grande esforço para justificar que não seja dada prioridade à resolução dos problemas internos daquele (ainda) jovem País.
Quando todos nós pensávamos que Timor não tinha meios financeiros para resolver os seus problemas internos mais básicos e imediatos, como a habitação, as estradas, o ensino ou a criação de emprego, mas eis a grande surpresa.
Está presente na mente de todos nós a grande simpatia e admiração que o Povo de Timor e os seus dirigentes granjearam em todo o mundo, reconhecendo o seu sofrimento e apoiando a sua luta.
Pois bem, passados que foram os terríveis anos da guerra de ocupação e conseguida a libertação, nada seria mais justo do que, numa primeira oportunidade, dar uma melhor vida àquele Povo que foi tão martirizado.
Porém, a opção parece não ter sido a de construir casas ou estradas, mas antes investir na dívida portuguesa.
Reconhecimento pelo apoio de Portugal na fase tão difícil que foi a reconstrução inicial de Timor, quase sem infraestruturas, quase sem Estado?
Se foi por isso, faço um esforço para compreender. Se não foi, terei de fazer um grande esforço para justificar que não seja dada prioridade à resolução dos problemas internos daquele (ainda) jovem País.
Uma sociedade desigual
Tenho alguma dificuldade em entender a lógica seguida por quem tem o poder de decidir neste país, quer seja na política, quer seja nas empresas.
Ao mesmo tempo que alguns gestores recebem prémios de desempenho, traduzidos em dezenas ou centenas de milhares de euros, para não dizer que em alguns casos, são milhões, há trabalhadores a quem são reduzidos os salários, e reformados a quem são também reduzidas as reformas.
A par de algumas famílias que estão a viver mal, privadas das coisas mais básicas e essenciais, há outras pessoas a viver bem, algumas não só por aquilo que ganham, como também por retirarem benefícios e privilégios, servindo-se do lugar que ocupam.
Curiosamente, algumas dessas pessoas são indiciadas e constituídas arguidas, chegam a ser exoneradas, e, dentro de algum tempo estão novamente em cargos de destaque.
Há casos em que algumas dessas pessoas saem das empresas com indemnizações de milhões de euros, e com direito a reformas chorudas.
Um ex-ministro defendia o envelhecimento activo, mas reformou-se aos 56 anos. Ou seja, envelhecimento activo para os outros, o que não foi levado em conta para o próprio.
Ao mesmo tempo que alguns gestores recebem prémios de desempenho, traduzidos em dezenas ou centenas de milhares de euros, para não dizer que em alguns casos, são milhões, há trabalhadores a quem são reduzidos os salários, e reformados a quem são também reduzidas as reformas.
A par de algumas famílias que estão a viver mal, privadas das coisas mais básicas e essenciais, há outras pessoas a viver bem, algumas não só por aquilo que ganham, como também por retirarem benefícios e privilégios, servindo-se do lugar que ocupam.
Curiosamente, algumas dessas pessoas são indiciadas e constituídas arguidas, chegam a ser exoneradas, e, dentro de algum tempo estão novamente em cargos de destaque.
Há casos em que algumas dessas pessoas saem das empresas com indemnizações de milhões de euros, e com direito a reformas chorudas.
Um ex-ministro defendia o envelhecimento activo, mas reformou-se aos 56 anos. Ou seja, envelhecimento activo para os outros, o que não foi levado em conta para o próprio.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Os submarinos de Portas e de Sócrates
No debate parlamentar de ontem, dia 2/11/2010, José Sócrates reportou mais uma vez a questão dos submarinos ao deputado Paulo Portas. Paulo Portas exibiu um documento onde consta que num governo anterior, do qual José Sócrates fazia parte, tinha-se aprovado a compra não de 2 submarinos, mas de 4.
Se a decisão de comprar 2 submarinos foi má, pensar em comprar 4, é péssima.
Só um pormenor joga a favor de Sócrates: é que não comprou nenhum e Paulo Portas comprou 2, e foi isso que ajudou muito a encravar o país.
E as contrapartidas, alguém me explica porque existem contrapartidas?
Ou esta expressão fará parte de algum jogo do qual nem todos compreendemos as regras?
Ou melhor, se são necessários 2 submarinos, que se comprem 2 submarinos, se houver meios para os pagar, mas que se comprem outras coisas ou outros serviços associados, não compreendo. E não serei o único a não compreender, de certeza.
Se a decisão de comprar 2 submarinos foi má, pensar em comprar 4, é péssima.
Só um pormenor joga a favor de Sócrates: é que não comprou nenhum e Paulo Portas comprou 2, e foi isso que ajudou muito a encravar o país.
E as contrapartidas, alguém me explica porque existem contrapartidas?
Ou esta expressão fará parte de algum jogo do qual nem todos compreendemos as regras?
Ou melhor, se são necessários 2 submarinos, que se comprem 2 submarinos, se houver meios para os pagar, mas que se comprem outras coisas ou outros serviços associados, não compreendo. E não serei o único a não compreender, de certeza.
País do tudo e do nada
Portugal é um país que dá tudo para alguns e nada para a maioria da população. A par dos milhões que dá para os gestores como o Mexia da EDP, para o Pinto da TAP e para o Penedos da REN, etc, está agora a tirar entre 5% a 10% aos funcionários públicos e a cortar nas reformas dos pobrezinhos, porque estamos numa crise profunda. Se há crise profunda, não vamos ser megalómanos e paramos com o TGV, com as terceiras auto-estradas Lisboa-Porto, com os prémios de milhões para aqueles senhores e para outros.
Da Tanga às "Calças na Mão"
A política portuguesa está a atingir os mínimos na linguagem que seria exigível para as pessoas de quem se espera algo mais da classe política: depois do país da tanga, de que estamos lembrados há alguns anos, chegámos agora ao país das "calças na mão", como se ouviu ontem no parlamento. É de lamentar mas caímos no ponto mais baixo. Isto não é linguagem de deputado nem linguagem que se use no parlamento. Isto é linguagem de tasca, de gente vulgar, para não dizer gente rasca.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Passos Coelho - a gestão empresarial e gestão do país
O resultado das sondagens publicadas na edição de 29/10/2010 pelo DN, que dão conta da queda eleitoral do PS e apontam para a vitória do PSD nas próximas eleições, colocam uma questão sobre a qual não posso deixar de emitir a seguinte opinião: será que um governo liderado por Pedro Passos Coelho (PPC) vai levar o País por melhores caminhos do que os trilhados pelo governo liderado por José Sócrates?
O porquê desta questão prende-se com o facto de me surgirem dúvidas sobre se PPC terá experiência política para as funções de primeiro-ministro, ou mesmo em qualquer outra função governativa, em particular numa situação de crise em que o País se encontra - e com tendência para agravamento.
É que PPC, que me lembre, nunca exerceu funções governativas, nem sequer como secretário de Estado, tendo estado ausente da vida política nos últimos anos, em favor de opções empresariais.
E a pergunta a formular é esta, em relação à qual gostava de obter resposta: terá sido um empresário de sucesso? Se sim, porque trocou esta actividade pela vida política?
E se não teve sucesso na vida empresarial, onde a gestão das coisas não tem dimensão comparável à gestão de um País, será a pessoa mais acertada para gerir a crise em que estamos mergulhados?
O meu receio fundamenta-se no facto de eu, e aqueles como eu, poderemos vir a ser -ou continuarmos a ser - as vítimas das medidas a tomar noutra fase da crise em curso.
O porquê desta questão prende-se com o facto de me surgirem dúvidas sobre se PPC terá experiência política para as funções de primeiro-ministro, ou mesmo em qualquer outra função governativa, em particular numa situação de crise em que o País se encontra - e com tendência para agravamento.
É que PPC, que me lembre, nunca exerceu funções governativas, nem sequer como secretário de Estado, tendo estado ausente da vida política nos últimos anos, em favor de opções empresariais.
E a pergunta a formular é esta, em relação à qual gostava de obter resposta: terá sido um empresário de sucesso? Se sim, porque trocou esta actividade pela vida política?
E se não teve sucesso na vida empresarial, onde a gestão das coisas não tem dimensão comparável à gestão de um País, será a pessoa mais acertada para gerir a crise em que estamos mergulhados?
O meu receio fundamenta-se no facto de eu, e aqueles como eu, poderemos vir a ser -ou continuarmos a ser - as vítimas das medidas a tomar noutra fase da crise em curso.
Cavaco Silva, o mar e a memória
A revista ÚNICA do passado sábado dedicava grande parte das suas páginas ao mar, incluindo um artigo do Presidente da República, Cavaco Silva.
Embora o artigo faça referência às potencialidades do mar, não aprofunda em concreto uma actividade específica, olvidando completamente o sector das pescas.
Este sector, que todos reconhecemos de grande importância para a economia portuguesa ao longo dos tempos, e que poderá ser fundamental para sairmos da crise em que estamos mergulhados, sofreu grande queda precisamente quando o actual Presidente da República era primeiro-ministro.
Não viria mal ao Mundo se isso fosse reconhecido no texto, pois só não erra quem não faz ou quem não decide, e como essa acusação persiste na sociedade portuguesa, poderia ser uma boa ocasião para o Sr. Presidente da República justificar a decisão então tomada.
Embora o artigo faça referência às potencialidades do mar, não aprofunda em concreto uma actividade específica, olvidando completamente o sector das pescas.
Este sector, que todos reconhecemos de grande importância para a economia portuguesa ao longo dos tempos, e que poderá ser fundamental para sairmos da crise em que estamos mergulhados, sofreu grande queda precisamente quando o actual Presidente da República era primeiro-ministro.
Não viria mal ao Mundo se isso fosse reconhecido no texto, pois só não erra quem não faz ou quem não decide, e como essa acusação persiste na sociedade portuguesa, poderia ser uma boa ocasião para o Sr. Presidente da República justificar a decisão então tomada.
A revista ÚNICA do passado sábado dedicava grande parte das suas páginas ao mar, incluindo um artigo do Presidente da República, Cavaco Silva.
Embora o artigo faça referência às potencialidades do mar, não aprofunda em concreto uma actividade específica, olvidando completamente o sector das pescas.
Este sector, que todos reconhecemos de grande importância para a economia portuguesa ao longo dos tempos, e que poderá ser fundamental para sairmos da crise em que estamos mergulhados, sofreu grande queda precisamente quando o actual Presidente da República era primeiro-ministro.
Não viria mal ao Mundo se isso fosse reconhecido no texto, pois só não erra quem não faz ou quem não decide, e como essa acusação persiste na sociedade portuguesa, poderia ser uma boa ocasião para o Sr. Presidente da República justificar a decisão então tomada.
Embora o artigo faça referência às potencialidades do mar, não aprofunda em concreto uma actividade específica, olvidando completamente o sector das pescas.
Este sector, que todos reconhecemos de grande importância para a economia portuguesa ao longo dos tempos, e que poderá ser fundamental para sairmos da crise em que estamos mergulhados, sofreu grande queda precisamente quando o actual Presidente da República era primeiro-ministro.
Não viria mal ao Mundo se isso fosse reconhecido no texto, pois só não erra quem não faz ou quem não decide, e como essa acusação persiste na sociedade portuguesa, poderia ser uma boa ocasião para o Sr. Presidente da República justificar a decisão então tomada.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Sobre as ideias para a revisão da constituição
Ao ler as notícias de hoje sobre as ideias proposta pelo PSD em relação à revisão constitucional, fico profundamente preocupado.
Vou apenas reportar-me a 3 questões básicas que fazem parte do dia-a-dia de todos nós: a saúde, o ensino e o emprego.
Na saúde querem retirar a expressão "tendencialmente gratuito". Pergunto: qual a proposta para substituir o que se pratica actualmente? Saúde privada? Mas como podem os pobres pagar saúde privada se alguns já não têm dinheiro para pagar as taxas moderadoras nem os medicamentos?
No ensino, embora sabendo que muitos alunos têm dificuldades em pagar as propinas, querem também retirar a mesma expressão. Terão a noção dos sacrifícios que muitos pais fazem para manter os seus filhos a estudar? E terão também a noção dos sacrifícios que alguns filhos fazem para conseguir uma licenciatura, mesmo com bolsa de estudo, que é sempre "curta" e nunca vem a horas?
Quanto aos despedimentos causa-me confusão a expressão "razão atendível", uma vez que, com a lei actual já existem mecanismos suficientes para o despedimento, ou seja, se um patrão não quiser um funcionário na sua empresa, tem - na lei - meios para o despedir.
Ainda sobre este assunto formulo a seguinte pergunta: se um partido, o PSD ou outro, tem o interesse em defender os cidadãos, porque não se preocupa antes com o emprego e não com o despedimento com ou sem "razão atendível"?
Depois do que li, e que me deixou muito preocupado, apetece-me concluir dizendo "que este país não é para pobres".
E espanta-me que as pessoas não se indignem com estas coisas.
Vou apenas reportar-me a 3 questões básicas que fazem parte do dia-a-dia de todos nós: a saúde, o ensino e o emprego.
Na saúde querem retirar a expressão "tendencialmente gratuito". Pergunto: qual a proposta para substituir o que se pratica actualmente? Saúde privada? Mas como podem os pobres pagar saúde privada se alguns já não têm dinheiro para pagar as taxas moderadoras nem os medicamentos?
No ensino, embora sabendo que muitos alunos têm dificuldades em pagar as propinas, querem também retirar a mesma expressão. Terão a noção dos sacrifícios que muitos pais fazem para manter os seus filhos a estudar? E terão também a noção dos sacrifícios que alguns filhos fazem para conseguir uma licenciatura, mesmo com bolsa de estudo, que é sempre "curta" e nunca vem a horas?
Quanto aos despedimentos causa-me confusão a expressão "razão atendível", uma vez que, com a lei actual já existem mecanismos suficientes para o despedimento, ou seja, se um patrão não quiser um funcionário na sua empresa, tem - na lei - meios para o despedir.
Ainda sobre este assunto formulo a seguinte pergunta: se um partido, o PSD ou outro, tem o interesse em defender os cidadãos, porque não se preocupa antes com o emprego e não com o despedimento com ou sem "razão atendível"?
Depois do que li, e que me deixou muito preocupado, apetece-me concluir dizendo "que este país não é para pobres".
E espanta-me que as pessoas não se indignem com estas coisas.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Partido Socialista e as Eleições Presidenciais
O Partido Socialista e a sua Direcção cometeram um erro ao não terem apoiado Manuel Alegre nas últimas eleições presidenciais. O seu candidato Mário Soares acabou por ter uma votação muito abaixo da que foi conseguida por Manuel Alegre.
E se juntarmos os votos obtidos por estes dois candidatos, mais os votos daqueles que não votaram nem num nem noutro, devido à situação mal explicada, ou pelo menos mal compreendida por muitos votantes, creio que se o Partido Socialista tivesse apoiado Manuel Alegre em vez de ter apoiado Mário Soares, provavelmente o seu candidato teria ganho as eleições presidenciais.
Alias, estou convencido – desde sempre – que foi este erro do Partido Socialista e da sua Direcção, que originou a vitória de Cavaco Silva.
Se refiro esta questão neste momento, é porque estamos à beira da tomada de decisão deste Partido sobre qual o candidato a apoiar, quando já se sabe desde há muito que Manuel Alegre é novamente candidato.
Com tantas dúvidas por parte de quem deve decidir, com opiniões de dúvida e invocação de consciência pessoal junto da comunicação social, por parte de quem tem peso junto dos eleitores, pergunto se com toda esta polémica não estará o Partido Socialista e a sua Direcção a preparar o terreno para nova vitória eleitoral de Cavaco Silva na próximas eleições presidenciais, em vez de criar condições para a vitória do seu próprio candidato?
E se juntarmos os votos obtidos por estes dois candidatos, mais os votos daqueles que não votaram nem num nem noutro, devido à situação mal explicada, ou pelo menos mal compreendida por muitos votantes, creio que se o Partido Socialista tivesse apoiado Manuel Alegre em vez de ter apoiado Mário Soares, provavelmente o seu candidato teria ganho as eleições presidenciais.
Alias, estou convencido – desde sempre – que foi este erro do Partido Socialista e da sua Direcção, que originou a vitória de Cavaco Silva.
Se refiro esta questão neste momento, é porque estamos à beira da tomada de decisão deste Partido sobre qual o candidato a apoiar, quando já se sabe desde há muito que Manuel Alegre é novamente candidato.
Com tantas dúvidas por parte de quem deve decidir, com opiniões de dúvida e invocação de consciência pessoal junto da comunicação social, por parte de quem tem peso junto dos eleitores, pergunto se com toda esta polémica não estará o Partido Socialista e a sua Direcção a preparar o terreno para nova vitória eleitoral de Cavaco Silva na próximas eleições presidenciais, em vez de criar condições para a vitória do seu próprio candidato?
domingo, 18 de abril de 2010
Submarinos e contrapartidas
Para mim, e penso que para a maioria dos portugueses, o negócio dos submarinos e das contrapartidas parece não ser nem vir a ficar claro nem esclarecido.
E porquê? Em primeiro lugar, porque tenho dificuldade em compreender a justificação de associar duas necessidades: a compra de submarinos e outros serviços e/ou produtos. Porque não apenas a compra dos submarinos, uma vez que se trata de uma aquisição com custos elevados e ser essa a necessidade que, em primeira medida, fará falta ao país e às suas forças armadas? Ou será que na inclusão das contrapartidas está a explicação para as chamadas "luvas" de que tanto se fala neste negócio?
Será que as empresas e os empresários portugueses, particularmente nesta fase em que a contenção de custos é fundamental, também funcionam (ou podem funcionar) assim? Claro que não. Qualquer empresário que necessite de um bem para desenvolver a sua actividade, em vez de comprar o que necessita, comprar também outra coisa qualquer (outro bem), não faltarão prejuízos e falências, más gestões, enfim irresponsabilidades de gestão.
E é desse mal que me parece que enferma este e outros negócios do Estado, que são mal geridos, porque quem os faz, por muitos prejuízos que cause, nunca são prejuízos para si nem para a sua empresa, porque são sempre pagos pelos impostos dos portugueses. E com uma agravante: no meio de tudo isto - diz-se - há as comissões.
Para finalizar vou falar de um caso concreto que não veio a público, talvez por ter ocorrido nos anos 70, antes do 25 de Abril: numa encomenda de sobressalentes para navios da nossa Armada, apareceram fatos de ballet. Parece anedota, mas aconteceu: fatos de ballet numa encomenda de sobressalentes para navios da nossa armada. Como soube disto? Estava lá, a cumprir o serviço militar, e vi.
Se houve "luvas"? Provavelmente sim, mas nessa altura nada se sabia, eram relações muito fechadas e a imprensa não podia divulgar nada - eram os tempos do lápis azul.
E porquê? Em primeiro lugar, porque tenho dificuldade em compreender a justificação de associar duas necessidades: a compra de submarinos e outros serviços e/ou produtos. Porque não apenas a compra dos submarinos, uma vez que se trata de uma aquisição com custos elevados e ser essa a necessidade que, em primeira medida, fará falta ao país e às suas forças armadas? Ou será que na inclusão das contrapartidas está a explicação para as chamadas "luvas" de que tanto se fala neste negócio?
Será que as empresas e os empresários portugueses, particularmente nesta fase em que a contenção de custos é fundamental, também funcionam (ou podem funcionar) assim? Claro que não. Qualquer empresário que necessite de um bem para desenvolver a sua actividade, em vez de comprar o que necessita, comprar também outra coisa qualquer (outro bem), não faltarão prejuízos e falências, más gestões, enfim irresponsabilidades de gestão.
E é desse mal que me parece que enferma este e outros negócios do Estado, que são mal geridos, porque quem os faz, por muitos prejuízos que cause, nunca são prejuízos para si nem para a sua empresa, porque são sempre pagos pelos impostos dos portugueses. E com uma agravante: no meio de tudo isto - diz-se - há as comissões.
Para finalizar vou falar de um caso concreto que não veio a público, talvez por ter ocorrido nos anos 70, antes do 25 de Abril: numa encomenda de sobressalentes para navios da nossa Armada, apareceram fatos de ballet. Parece anedota, mas aconteceu: fatos de ballet numa encomenda de sobressalentes para navios da nossa armada. Como soube disto? Estava lá, a cumprir o serviço militar, e vi.
Se houve "luvas"? Provavelmente sim, mas nessa altura nada se sabia, eram relações muito fechadas e a imprensa não podia divulgar nada - eram os tempos do lápis azul.
sábado, 17 de abril de 2010
Comentário a notícia do DN de hoje
Se Cristo voltasse à terra, garanto que - depois de analisar o que se passa na igreja católica, que não é a sua - tomaria medidas com vista a inverter tudo (ou quase tudo) o que lá se passa. A igreja vive com base e pressupostos de obscurantismo. Teve hipótese de fazer uma revolução cultural na mentalidade das pessoas, pois já influencia há muitos anos, mas - ao contrário disso - preferiu uma igreja promotora de um povo sem ideias, não habituado a reflectir e a fazer juízos sobre as coisas. A igreja não deve caracterizar-se pela caridade, porque isso é humilhante. Devemos ser solidários e não caridosos. Por outro lado, a igreja esteve ligada a alguns crimes da História, quer na Idade Média, quer mais tarde com a inquisição.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
A quem serve a imprensa?
Martim Avillez Figueiredo sai da direcção do 'I' e deverá ser substituído por André Macedo, actual director-executivo, convidado a assumir o cargo. O agora ex-director do 'I', detentor de 5% do capital, confirmou esta tarde ao DN que deu um ultimato à administração do jornal, com um prazo - 20 de Abril - para que lhe fosse dada uma resposta que travasse a sua demissão definitiva.
O diário vive momentos de indefinição devido às dívidas do seu accionista, o Grupo Lena, que rondam os 600 milhões de euros e que, por isso, necessita de vender os activos que detém na área da comunicação social.
“Mandei uma carta à administração, a exigir responsabilidades”, disse Martim Avillez Figueiredo ao DN, adiantando que “neste momento não é” um pedido de demissão, mas que este eventual cenário “vai depender da resposta da administração”, que esteve reunida na sequência desta missiva.
O DN sabe que a direcção do 'I' já sentia há algum tempo a falta de apoio da administração. Fonte do jornal adiantou à Lusa que Avillez Figueiredo vai sair do cargo de director, mas que André Macedo só dará uma resposta à administração na segunda-feira. Foi o próprio André Macedo que anunciou à redacção do jornal a demissão do director.
O Grupo Lena necessita de encaixar dinheiro para fazer face às necessidades de financiamento para cumprir o plano de investimentos com os quais a 'holding' está comprometida: até final de 2011 necessitará de 140 milhões de euros, 46 ainda este ano (ver relacionado).
A Sojormedia, empresa do Grupo Lena que detém o 'I', estabeleceu contactos com a Impresa, mas no mês passado fonte da 'holding' de Francisco Pinto Balsemão disse ao 'Jornal de Negócios' que a proposta foi analisada, mas que não houve interesse em avançar.
Antes do lançamento do 'I', Martim Avillez Figueiredo revelou à comunicação social que o jornal representaria um investimento global de 10,4 milhões de euros. "Dará resultados positivos dentro de cinco anos. É possível tornar rentáveis produtos de informação bem feitos", vincou em Março o agora ex-director do 'I', prevendo que, com o lucro operacional que o jornal poderia dar a partir de 2013, estaria em condições de ser vendido por cinco vezes o valor do investimento (ver relacionado).
"Sinto que defraudei quase cem pessoas"
Numa carta dirigida ao presidente do conselho de administração do grupo Lena e distribuída hoje à redacção e a que a Lusa teve acesso, Martim Avillez Figueiredo refere sentir-se "defraudado".
"Fui defraudado, a minha dignidade profissional foi defraudada: sinto que defraudei quase cem pessoas que acreditaram em mim, no projecto que patrocinei e no qual verdadeiramente empenhei o meu nome", refere.
DN de 16/4/2010
Director recusa "desfigurar" o jornal
Avillez Figueiredo sai defraudado da direcção do 'I'
Na carta, o director demissionário menciona ainda a redução de custos que lhe foi pedida pela administração e que considera "desfigurar" o projecto para que foi desafiado para liderar em Julho de 2008.
"A dimensão da redução de custos que o presidente do conselho da administração da Sojormedia Capital agora me mandou implementar - redução essa aprovada por V.Exa. - irremediavelmente desfigura o projecto, tornando absolutamente impossível o cumprimento dos objectivos que me foram traçados", defende.
Martim Avillez Figueiredo dá um prazo à administração do grupo Lena para voltar atrás na decisão de reduzir os custos.
"O mais tardar até ao dia 20 [terça-feira], dever-me-á informar se pretende reverter as directrizes inviabilizadoras do projecto 'I' para o qual fui aliciado", disse.
Avillez Figueiredo pede ainda à administração que, no mesmo prazo, o informe "transparentemente, quais as perspectivas profissionais reservadas para os colaboradores do 'I'".
O diário 'I' - publicado de segunda-feira a sábado - chegou às bancas a 07 de maio do ano passado.
O meu comentário ao texto acima:
Dinis Evangelista
16.04.2010/21:37
Todos sabemos que há crise na imprensa, particularmente na escrita. Penso que essa crise vai subsistir enquanto não houver alteração de critério, isto é, quando os jornais passarem a ser feitos para os leitores, objectivo que actualmente está, em alguns casos, fora de questão. O que acontece é que os jornais são feitos em moldes que os anunciantes não retirem deles a publicidade, pois esta é a sua principal fonte de receitas. Se o jornalismo tivesse em vista o leitor e a sua inteligência, talvez não necessitasse de sujeitar-se à "humilhação" que é "portar-se dentro de determinados parâmetros" para que não lhe falte a publicidade. Devia pensar o contrário: produzir bons trabalhos de investigação e de opinião para que não lhe faltem leitores.
O diário vive momentos de indefinição devido às dívidas do seu accionista, o Grupo Lena, que rondam os 600 milhões de euros e que, por isso, necessita de vender os activos que detém na área da comunicação social.
“Mandei uma carta à administração, a exigir responsabilidades”, disse Martim Avillez Figueiredo ao DN, adiantando que “neste momento não é” um pedido de demissão, mas que este eventual cenário “vai depender da resposta da administração”, que esteve reunida na sequência desta missiva.
O DN sabe que a direcção do 'I' já sentia há algum tempo a falta de apoio da administração. Fonte do jornal adiantou à Lusa que Avillez Figueiredo vai sair do cargo de director, mas que André Macedo só dará uma resposta à administração na segunda-feira. Foi o próprio André Macedo que anunciou à redacção do jornal a demissão do director.
O Grupo Lena necessita de encaixar dinheiro para fazer face às necessidades de financiamento para cumprir o plano de investimentos com os quais a 'holding' está comprometida: até final de 2011 necessitará de 140 milhões de euros, 46 ainda este ano (ver relacionado).
A Sojormedia, empresa do Grupo Lena que detém o 'I', estabeleceu contactos com a Impresa, mas no mês passado fonte da 'holding' de Francisco Pinto Balsemão disse ao 'Jornal de Negócios' que a proposta foi analisada, mas que não houve interesse em avançar.
Antes do lançamento do 'I', Martim Avillez Figueiredo revelou à comunicação social que o jornal representaria um investimento global de 10,4 milhões de euros. "Dará resultados positivos dentro de cinco anos. É possível tornar rentáveis produtos de informação bem feitos", vincou em Março o agora ex-director do 'I', prevendo que, com o lucro operacional que o jornal poderia dar a partir de 2013, estaria em condições de ser vendido por cinco vezes o valor do investimento (ver relacionado).
"Sinto que defraudei quase cem pessoas"
Numa carta dirigida ao presidente do conselho de administração do grupo Lena e distribuída hoje à redacção e a que a Lusa teve acesso, Martim Avillez Figueiredo refere sentir-se "defraudado".
"Fui defraudado, a minha dignidade profissional foi defraudada: sinto que defraudei quase cem pessoas que acreditaram em mim, no projecto que patrocinei e no qual verdadeiramente empenhei o meu nome", refere.
DN de 16/4/2010
Director recusa "desfigurar" o jornal
Avillez Figueiredo sai defraudado da direcção do 'I'
Na carta, o director demissionário menciona ainda a redução de custos que lhe foi pedida pela administração e que considera "desfigurar" o projecto para que foi desafiado para liderar em Julho de 2008.
"A dimensão da redução de custos que o presidente do conselho da administração da Sojormedia Capital agora me mandou implementar - redução essa aprovada por V.Exa. - irremediavelmente desfigura o projecto, tornando absolutamente impossível o cumprimento dos objectivos que me foram traçados", defende.
Martim Avillez Figueiredo dá um prazo à administração do grupo Lena para voltar atrás na decisão de reduzir os custos.
"O mais tardar até ao dia 20 [terça-feira], dever-me-á informar se pretende reverter as directrizes inviabilizadoras do projecto 'I' para o qual fui aliciado", disse.
Avillez Figueiredo pede ainda à administração que, no mesmo prazo, o informe "transparentemente, quais as perspectivas profissionais reservadas para os colaboradores do 'I'".
O diário 'I' - publicado de segunda-feira a sábado - chegou às bancas a 07 de maio do ano passado.
O meu comentário ao texto acima:
Dinis Evangelista
16.04.2010/21:37
Todos sabemos que há crise na imprensa, particularmente na escrita. Penso que essa crise vai subsistir enquanto não houver alteração de critério, isto é, quando os jornais passarem a ser feitos para os leitores, objectivo que actualmente está, em alguns casos, fora de questão. O que acontece é que os jornais são feitos em moldes que os anunciantes não retirem deles a publicidade, pois esta é a sua principal fonte de receitas. Se o jornalismo tivesse em vista o leitor e a sua inteligência, talvez não necessitasse de sujeitar-se à "humilhação" que é "portar-se dentro de determinados parâmetros" para que não lhe falte a publicidade. Devia pensar o contrário: produzir bons trabalhos de investigação e de opinião para que não lhe faltem leitores.
Eles comem tudo
Publicado no Diário de Notícias online, de hoje - 16/4/2010
Embora não desempenhem cargos de gestão, administradores são bem pagos.
Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI--20, os administradores não executivos- ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham.
Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.
O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria. Segue- -se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.
O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar--Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.
Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.
Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião.
COMENTÁRIOS:
Dinis Evangelista
16.04.2010/10:45
Portugal - Lisboa
Isto está a saque. Eles são donos da moral e do saber, e levam tudo. O povo sofre e passa fome, mas eles comem tudo. O país está na miséria, mas eles vivem bem. O país está na bancarrota, mas eles têm contas recheadas. E, por improvável que pareça, está tudo calmo. Não há, por parte deles qualquer problema de consciência. E alguma imprensa dá-lhes o espaço todo para opinar. Alguma imprensa também tem algumas responsabilidades. Deveria denunciar mais.
Embora não desempenhem cargos de gestão, administradores são bem pagos.
Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI--20, os administradores não executivos- ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham.
Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.
O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria. Segue- -se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.
O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar--Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.
Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.
Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião.
COMENTÁRIOS:
Dinis Evangelista
16.04.2010/10:45
Portugal - Lisboa
Isto está a saque. Eles são donos da moral e do saber, e levam tudo. O povo sofre e passa fome, mas eles comem tudo. O país está na miséria, mas eles vivem bem. O país está na bancarrota, mas eles têm contas recheadas. E, por improvável que pareça, está tudo calmo. Não há, por parte deles qualquer problema de consciência. E alguma imprensa dá-lhes o espaço todo para opinar. Alguma imprensa também tem algumas responsabilidades. Deveria denunciar mais.
terça-feira, 13 de abril de 2010
EDP - salários, prémios e serviços prestados
De acordo com o que li e ouvi nos órgãos de comunicação social, o presidente da EDP auferiu, no conjunto de salários e prémios, valor superior a €8.300,00 por dia.
Há quem argumente que tem esse direito, mas por mim acho exagerado num País onde se passa fome, onde há desemprego e muito emprego mal pago.
Por outro lado, e é por isso que escrevo este texto, existem maus serviços prestados aos clientes da EDP, como é o meu caso numa habitação de que sou proprietário, algures no Ribatejo, que contratei potência que não é cumprida por parte da empresa.
Já fiz reclamações, os técnicos já lá foram várias vezes, fazem medições e confirmam que a potência é de facto inferior à contratada.
Envio correspondência através de e-mail’s para a EDP, que não responde.
Algumas pessoas da vizinhança, residentes permanentes, para não estarem a sofrer as consequências do desligar constante do quadro da electricidade, acabam por contratar potência superior e, consequentemente, acabam por pagar mais.
Mas não é só naquele local que as coisas assim acontecem, pois já houve referência a caso idêntico no programa “Nós por Cá” da SIC.
Pelo que acabo de descrever, faço a seguinte sugestão ao senhor presidente da EDP: sem perder de vista os salários e prémios a que tem direito, não esqueça os clientes que também têm direitos decorrentes dos contratos que fazem com a empresa a que preside.
Há quem argumente que tem esse direito, mas por mim acho exagerado num País onde se passa fome, onde há desemprego e muito emprego mal pago.
Por outro lado, e é por isso que escrevo este texto, existem maus serviços prestados aos clientes da EDP, como é o meu caso numa habitação de que sou proprietário, algures no Ribatejo, que contratei potência que não é cumprida por parte da empresa.
Já fiz reclamações, os técnicos já lá foram várias vezes, fazem medições e confirmam que a potência é de facto inferior à contratada.
Envio correspondência através de e-mail’s para a EDP, que não responde.
Algumas pessoas da vizinhança, residentes permanentes, para não estarem a sofrer as consequências do desligar constante do quadro da electricidade, acabam por contratar potência superior e, consequentemente, acabam por pagar mais.
Mas não é só naquele local que as coisas assim acontecem, pois já houve referência a caso idêntico no programa “Nós por Cá” da SIC.
Pelo que acabo de descrever, faço a seguinte sugestão ao senhor presidente da EDP: sem perder de vista os salários e prémios a que tem direito, não esqueça os clientes que também têm direitos decorrentes dos contratos que fazem com a empresa a que preside.
quinta-feira, 25 de março de 2010
A Justiça no Futebol
Ao contrário do que foi inicialmente decidido pela justiça da Liga, as penas aplicadas pela Federação aos jogadores do Futebol Clube do Porto foram muito diferentes.
Independentemente dos critérios das entidades em causa, o que pretendo questionar é o seguinte: na Justiça, quando se recorre para instância superior, a pena não é imediatamente aplicada, fica suspensa até decisão dessa instância.
No caso do futebol não acontece assim, pelo que - neste caso - foram causados danos a uma equipa que se viu impossibilitada de utilizar jogadores por um período superior ao que acabou por ser decidido.
Não seria mais lógico que a pena fosse aplicada apenas depois da decisão da instância superior?
Independentemente dos critérios das entidades em causa, o que pretendo questionar é o seguinte: na Justiça, quando se recorre para instância superior, a pena não é imediatamente aplicada, fica suspensa até decisão dessa instância.
No caso do futebol não acontece assim, pelo que - neste caso - foram causados danos a uma equipa que se viu impossibilitada de utilizar jogadores por um período superior ao que acabou por ser decidido.
Não seria mais lógico que a pena fosse aplicada apenas depois da decisão da instância superior?
sexta-feira, 19 de março de 2010
Os bancos são nossos amigos
Recebi uma mensagem do banco onde tenho conta aberta. Claro que não era convite para almoçar nem para jantar. Nem tão pouco a informar que retomariam uma prática que havia antigamente: pagar juros dos depósitos à ordem. Não, nada disso. O teor da mensagem falava concretamente de que passariam a cobrar custos de manutenção para contas com saldo inferior a €3.000,00. Isso mesmo. Só posso concluir que os bancos são para pessoas endinheiradas, e não para as pessoas com poucos recursos e que - mesmo assim - preferem tê-los em segurança, em vez de os ter debaixo do colchão, como já aconteceu no tempo dos nossos antepassados.
Perante esta situação ocorre-me um slogan de tempos idos, mas ao contrário de então: "os pobres que paguem a crise."
O que é curioso é que ninguém diz nada: nem os clientes dos bancos nem os políticos.
Será que está tudo bem? Creio que não.
Perante esta situação ocorre-me um slogan de tempos idos, mas ao contrário de então: "os pobres que paguem a crise."
O que é curioso é que ninguém diz nada: nem os clientes dos bancos nem os políticos.
Será que está tudo bem? Creio que não.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Portugal: um país onde algo está mal
São tudo más notícias que nos chegam diariamente. Depois da garantia por parte do governo do não aumento dos impostos, afinal parece que não é bem assim, pois vamos pagar mais IRS.
Como se não bastasse, confrontamo-nos hoje, 4ª feira, com a notícia de mais um aumento dos combustíveis para níveis máximos, só comparáveis quando o barril de brent rodou os €145,00 (não obstante o barril estar neste momento a pouco mais de metade). Não se poderá invocar a perde do euro em relação ao dólar, dado que a oscilação não é significativa, direi até que tem sido favorável à nossa moeda.
Mas as más notícias não ficam por aqui: lê-se na imprensa diária que há gestores a ganhar num dia aquilo que a maioria dos portugueses não ganham num mês.
Direi mesmo que os titulares de cargos políticos (incluindo o presidente da Republica ou o primeiro-ministro) ficam inferiorizados com tamanha desproporção salarial, direi mesmo que os salários auferidos por estes gestores suscitam-me dúvidas quanto ao seu enquadramento legal, para não falar quanto à sua moralidade, num país em que muita gente passa fome e muitas privações, que não tem dinheiro para comprar os mínimos para manter a sua dignidade e da sua família, para não esquecer a quantidade de jovens licenciados e sem futuro à vista, não esquecendo a imoralidade dos recibos verdes e muitos casos de jovens que estão a trabalhar através de empresas de trabalho temporário, precisamente nas empresas onde estão estes mesmos gestores de sucesso e pagos a peso de ouro.
Algo está mal e terá de haver coragem para inverter estas situações, agora que são conhecidas.
Se o país está mal, deverá haver compreensão e solidariedade e não a situação agora descoberta em que uns comem tudo e outros passam todas as privações e misérias.
Como se não bastasse, confrontamo-nos hoje, 4ª feira, com a notícia de mais um aumento dos combustíveis para níveis máximos, só comparáveis quando o barril de brent rodou os €145,00 (não obstante o barril estar neste momento a pouco mais de metade). Não se poderá invocar a perde do euro em relação ao dólar, dado que a oscilação não é significativa, direi até que tem sido favorável à nossa moeda.
Mas as más notícias não ficam por aqui: lê-se na imprensa diária que há gestores a ganhar num dia aquilo que a maioria dos portugueses não ganham num mês.
Direi mesmo que os titulares de cargos políticos (incluindo o presidente da Republica ou o primeiro-ministro) ficam inferiorizados com tamanha desproporção salarial, direi mesmo que os salários auferidos por estes gestores suscitam-me dúvidas quanto ao seu enquadramento legal, para não falar quanto à sua moralidade, num país em que muita gente passa fome e muitas privações, que não tem dinheiro para comprar os mínimos para manter a sua dignidade e da sua família, para não esquecer a quantidade de jovens licenciados e sem futuro à vista, não esquecendo a imoralidade dos recibos verdes e muitos casos de jovens que estão a trabalhar através de empresas de trabalho temporário, precisamente nas empresas onde estão estes mesmos gestores de sucesso e pagos a peso de ouro.
Algo está mal e terá de haver coragem para inverter estas situações, agora que são conhecidas.
Se o país está mal, deverá haver compreensão e solidariedade e não a situação agora descoberta em que uns comem tudo e outros passam todas as privações e misérias.
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